Cláudio Lamachia |
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
criticou ministro presidente do Tribunal Superior Eleitoral para quem a lei
'parece que foi feita por bêbados.
Fausto Macedo e Julia Affonso
O Estado de S. Paulo
A Ordem dos Advogados do Brasil criticou o
ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que
nesta quarta-feira, 17, em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF)
disse que a Lei da Ficha Limpa ‘parece que foi feita por bêbados’.
Segundo o ministro, ‘essa lei já foi mal
feita, sem querer ofender ninguém, mas já ofendendo, é lei mal feita’. “Ninguém
sabe se é contas de gestão, de governo.”
A Lei da Ficha Limpa veta candidatos a cargos
eletivos condenados por colegiado judicial.
O presidente da OAB, Claudio Lamachia,
afirmou que a entidade mais influente da Advocacia estava ‘consciente’ quando
apoiou Ficha Limpa.
“A Lei da Ficha Limpa é amplamente
reconhecida pela sociedade como um avanço da democracia e do sistema eleitoral,
impedindo a candidatura de quem tem ficha suja. Tanto é assim que foi
apresentada como projeto de lei de iniciativa popular”, afirmou Lamachia, em
referência ao fato de o projeto ter chegado ao Congresso endossado por mais de
1,5 milhão de assinaturas.
“Todas as entidades que apoiaram a Lei da
Ficha Limpa, entre elas a OAB, estavam absolutamente conscientes da importância
dessa medida”, afirmou Lamachia.
Para o presidente da OAB, Gilmar Mendes
‘deveria reconhecer e apoiar todas as iniciativas que aperfeiçoam o sistema
eleitoral’.
“A linguagem usada por ele (ministro),
inclusive, não se coaduna com a postura de um magistrado, notadamente um ministro
do STF, na hora de exercer seu direito de crítica, seja ela direcionada à
sociedade, proponente da lei, seja aos parlamentares que aprovaram a matéria,
seja ao chefe do Executivo que a sancionou”, ressaltou Claudio Lamachia.
O presidente da OAB destacou que a própria
Corte endossou a Lei da Ficha Limpa. “Uma vez que o Supremo já concluiu pela
constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, a sociedade aguarda do ministro
(Gilmar Mendes) uma proposta para aperfeiçoar o texto dessa legislação.”
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