Blocos de multas de agentes de trânsito foram
confiscados até depois da eleição
A Prefeitura de São Luís resolveu aliviar a
barra dos maus motoristas durante o período eleitoral. Por ordem superior,
todos os blocos usados pelos agentes de trânsito da capital para aplicar multas
com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foram recolhidos e permanecerão
confiscados durante a campanha política. Na prática, os agentes estão proibidos
de fazer autuações, medida que se estenderá até depois da eleição.
A intenção é clara: melhorar a imagem do
prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) perante os condutores de veículos,
insatisfeitos com o trânsito caótico da cidade. Com tantos acidentes e
congestionamentos, problemas agravados pela má sinalização e pela precariedade
das vias, foi preciso dar um alento a quem se locomove de carro ou motocicleta
pela capital, na tentativa de reduzir o grau de antipatia popular em relação à
atual administração.
Nada mais oportuno, então, do que abrir mão
de alguns milhões de reais em arrecadação com multas de trânsito para tentar
aplacar a aversão dos ludovicenses ao descaso com a trafegabilidade e a
segurança nas vias. A tolerância, nesse caso, pode levar à queda do alto índice
de rejeição ao prefeito e, consequentemente, a ganhos eleitorais que podem ser
decisivos. Por outro lado, também pode aumentar o saldo sangrento de acidentes.
Na guerra pela voto em São Luís, vale
qualquer esforço ou artimanha para se dar bem nas urnas. Nem que para isso o
poder público tenha que renunciar à sua autoridade e vidas sejam colocadas em
perigo em um trânsito onde imperam a imprudência e a desordem.
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