Para avançar no controle da brucelose bovina
no Maranhão e garantir uma produção leiteira livre das bactérias Brucellaabortus,
a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) está promovendo,
pela primeira vez, a capacitação de vacinadores contra brucelose e o dia “D” de
vacinação contra a doença nos três municípios do programa ‘Mais IDH’, situados
na Unidade Regional de Pedreiras.
De 23 de agosto a 03 de setembro, mais de 300
bezerras de 3 a 8 meses de idade serão vacinadas, por meio de uma parceria com
a Secretaria de Indústria e Comércio (Seinc), com as Prefeituras Municipais,
Câmaras de Vereadores e Sindicados de Lagoa Grande, São Roberto e São Raimundo
do Doca Bezerra.
De acordo com o presidente da Aged, Sebastião
Anchieta, a expectativa é de que a ação nos municípios de Lagoa Grande do
Maranhão, São Roberto e São Raimundo do Doca Bezerra sirva como um projeto piloto
para que a mesma iniciativa seja repetida nos outros 27 municípios do programa
‘Mais IDH’.
“Desde que o governador Flávio Dino lançou o
programa ‘Mais IDH’, nós nos preocupamos em contribuir com ele, já que visa
beneficiar os menos favorecidos do Maranhão. Esse programa de treinamento de
vacinadores contra brucelose é justamente para apoiar os pequenos criadores
para que eles possam vacinar suas bezerras”, destaca.
O chefe da Regional Pedreiras da Aged, Robert
Ferreira Carvalho, conta que a ação foi concebida tendo em vista a carência de
mão de obra qualificada para realizar esta atividade junto aos pequenos
criadores.
“Esta enfermidade é responsável por enormes
perdas econômicas para a pecuária e por agravos à saúde pública. Segundo a
Organização Mundial de Saúde é uma zoonose subdiagnosticada e subnotificada em
humanos”, alerta o veterinário.
A brucelose é uma doença contagiosa que
acomete principalmente o sistema reprodutivo de bovinos, bubalinos, caprinos,
ovinos e outros. Além de estar relacionada com a diminuição da produção de
carne e leite, abortos e nascimento de crias fracas, ela é considerada uma
zoonose, isto é, uma enfermidade que também pode ser transmitida ao homem.
A infecção ocorre quando se entra em contato
direto com animais doentes ou se ingere leite não pasteurizado, produtos
lácteos contaminados (queijo e manteiga, por exemplo) e carne mal passada. As
chances de adquirir a doença são ainda maiores em meio aos tratadores de
animais.
“Quando a gente faz o treinamento para
vacinadores, nós focamos bem na importância do uso dos EPIs e de alguns
cuidados, como forma de proteger o vacinador para que ele não pegue brucelose,
visto que a vacina é com a bactéria viva. Por isso, a vacinação da brucelose é
diferenciada”, explica a veterinária da Aged, Ana Cláudia Costa.
Casos registrados
Segundo dados do Programa Nacional de
Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT/MA), em 2015, dos
43.316 bovinos examinados para brucelose, 656 animais tiveram o diagnóstico
confirmado. “O número, apesar de alto, revela um aspecto positivo: o de que a
vigilância está sendo feita. Os animais estão sendo examinados e está sendo
feito o controle, uma vez que todos os animais positivos são sacrificados”,
avalia Ana Cláudia.
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