Ex-atleta panamericano e antigo presidente da
Fifa, João Havelange morreu aos 100 anos de idade nesta terça-feira. Em julho,
ele havia sido internado no Hospital Samaritano por conta de uma pneumonia.
O ex-dirigente passara por problemas de
saúdes recentes. Em junho de 2014, ele foi internado por causa de infecção
respiratória e permaneceu no mesmo hospital, em Botafogo, por quatro dias até
receber alta.
Já em 2012, Havelange chegou a ficar em
estado grave com quadro de infecção bacteriana, mas recebeu tratamento no mesmo
local e se recuperou. Desta vez, o ex-dirigente não resistiu aos problemas de
saúde.
Antes de ser conhecido mundialmente como
presidente da Fifa, Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange atuou em vários
ramos do esporte, inclusive tendo começado a sua trajetória como um atleta de
sucesso. Nascido no dia 8 de maio de 1916, no Rio de Janeiro, João Havelange é
filho de um belga que morava no Brasil e comercializava armas. No entanto, ele
seguiu um caminho bem distinto do pai.
Desde criança, Havelange praticou vários
esportes pelo Fluminense, inclusive futebol, mas foi nas piscinas que ele mais
se destacou. Competiu nas provas de natação na Olimpíada de 1936, em Berlim, e
no pólo aquático nos Jogos de 1952, em Helsinque. Foi medalha de prata com o
time de pólo no Pan-Americano de 1955.
Fora do mudo esportivo, Havelange fez
faculdade e se formou como advogado, além de ter trabalhado como empresário,
sendo diretor executivo da Viação Cometa, uma grande empresa de ônibus
brasileira.
Apesar de ser torcedor do Fluminense, Havelange
também foi presidente do Vasco da Gama, além da Federação Paulista de Natação.
Foi presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, a antiga CBF)
entre 1956 e 1974, justamente no período em que a seleção brasileira conquistou
três títulos mundiais: 1958, 1962 e 1970.
Depois, foi eleito para o Comitê Olímpico
Internacional (COI), onde foi membro de 1963 a 2011, quando pediu o
desligamento.
Ganhou as eleições da Fifa e virou presidente
da entidade que comanda o futebol mundial em 1974, ficando no poder até 1998.
Esteve na organização de seis Copas do Mundo e criou Mundiais das categorias de
base. Quando deixou o comando para dar lugar a Joseph Blatter, tornou-se
presidente de honra da Fifa.
Havelange também se dedicou a trabalhos
filantrópicos internacionais, ganhou prêmios por isso e foi cotado para ser
indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Por outro lado, teve o seu nome envolvido em
um escândalo de corrupção, da ISL, antiga parceira da Fifa, junto com o seu
ex-genro Ricardo Teixeira, que renunciou à presidência da CBF este ano.
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