O Maranhão é um dos estados brasileiros que não
possui casos confirmados de Febre Amarela há 22 anos, apesar de estar
localizado em uma área endêmica da Febre Amarela. O Governo do Estado, por meio
da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem reforçado as ações de vigilância
através de trabalho conjunto, envolvendo as vigilâncias epidemiológica,
sanitária e ambiental e o departamento de Imunização. As ações são coordenadas
pelo Departamento de Controle de Zoonoses.
A principal forma de prevenção da doença é a
imunização. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a vacinação é recomendada para
uma grande área do Brasil onde a transmissão é considerada possível,
principalmente para indivíduos não vacinados e que se expõem em áreas de mata,
onde o vírus ocorre naturalmente.
A vacina contra a febre amarela é incluída no
Calendário Nacional de Vacinação e está disponível permanentemente, de forma
gratuita, nos postos de saúde. No período chuvoso, quando aumentam as
populações de mosquitos, que são os principais vetores do vírus da febre
amarela, existe um alerta maior relacionado ao reforço da imunização.
“Em 2016, a cobertura vacinal de rotina no
estado, em crianças de até um ano, foi de 59,98%. Quem recebeu apenas uma dose
da vacina precisa tomar o reforço, mesmo que seja adulto. Com as duas doses
administradas, a pessoa está imune e não corre risco de contrair a doença”,
explicou a chefe do Departamento de Controle de Doenças Imunopreveníveis da
SES, Helena Almeida. Quem for fazer
viagem internacional, ou para regiões de matas, florestas e rios, deve seguir a
orientação do MS, de atualizar a caderneta de vacinação.
No Maranhão, entre os anos 1973 a 1995,
ocorreram 101 casos confirmados de febre amarela, com 19 óbitos. Segundo a
coordenadora do Programa de Combate a Febre Amarela (PCFA), do Departamento de
Controle de Zoonoses, Cláudia Castro Carvalho, como parte das ações
estratégicas estão a identificação das áreas de circulação viraI, das
populações sob risco e das áreas prioritárias para a adoção das medidas de
prevenção e controle.
“A maior dificuldade ainda é em relação à
imunização, pois muitos não realizam nem a primeira dose. Fazemos busca ativa
dos sinais e sintomas para monitorar os casos suspeitos e, em cada localidade,
é feito rastreamento de como está a cobertura vacinal. Os casos de óbitos já
registrados no estado foram na região Centro Sul. Apesar de depois disso não
termos casos confirmados, é mantido o alerta pela preocupação com o vetor e por
sermos uma área endêmica”, explicou a coordenadora do PCFA.
No Brasil, entre julho de 2014 e dezembro de
2016, foram notificados 783 casos de febre amarela silvestre com 14
confirmados. Essa forma da doença é transmitida por vírus hospedado em macacos.
Por este motivo, quando ocorre morte de animal em áreas silvestres, o serviço
de vigilância epidemiológica faz a busca ativa e investiga as causas do óbito.
Imunização
A imunização é necessária para proteger a
população, pois o contágio no meio urbano se dá através do mosquito Aedes
aegypti e pode ocorrer quando o mosquito não infectado pica um animal infectado
e, depois, esse mosquito transmite a doença para o ser humano. A confirmação do
diagnóstico pode ser feita por exame laboratorial ou, em caso de óbito, por
histopatologia.
Geralmente, após a infecção, os sintomas são
febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos
se manifestam de três a seis dias. Na forma grave, alguns desses sintomas se
apresentam já de forma grave ou com insuficiências hepáticas e renais,
icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço
intenso.
A doença
Segundo o Ministério da Saúde (MS), a febre
amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido
por vetores artrópodes, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de
transmissão: silvestre e urbano. Reveste-se da maior importância epidemiológica
por sua gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas
infestadas por Aedes aegypti.
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