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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

ANVISA suspende lote de achocolatado após morte de criança em Cuiabá




O resultado do exame que vai apontar a causa da morte da criança demora 30 dias.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (29) uma resolução determinando o recolhimento de um lote do achocolatado Itambezinho e proibindo a comercialização do produto pelo período de 90 dias, em todo o Brasil. A medida foi tomada após a morte de uma criança de dois anos na quinta-feira (25), em Cuiabá. Segundo a polícia, a mãe relatou que o filho morreu uma hora depois de ingerir a bebida.

A Itambé informou em nota que essa é a primeira reclamação que recebe sobre o lote e que está auxiliando na apuração do fato.
Os produtos que pertencem ao lote MA: 21:18 devem ser recolhidos dos estabelecimentos comerciais pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, segundo a Anvisa. Após o recolhimento, a bebida deve passar por análise laboratorial.

A resolução de nº 2.333, assinada na sexta-feira (26), dia seguinte à morte da criança, especifica que o produto interditado cautelarmente foi fabricado no dia 25 de maio e tem validade até 21 de novembro de 2016. De acordo com a Anvisa, o lote deve ser recolhido e armazenado até que um laudo aponte o motivo da morte da criança. Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, o exame que deve indicar a causa da morte deve sair em 30 dias.

De acordo com a Anvisa, a Itambé, com sede em Pará de Minas (MG), fabricante do produto, deve apresentar um mapa de distribuição do produto para facilitar o recolhimento do lote. Caso não seja comprovada a contaminação do lote no prazo estipulado pela Anvisa, o produto pode ser distribuído novamente.

INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte da criança, a partir de denúncia registrada pela mãe na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A investigação, porém está a cargo da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica).
O delegado Eduardo Botelho, da Deddica, informou nesta segunda-feira que os pais do menino foram ouvidos e, em depoimento, confirmaram a versão declarada no boletim de ocorrência registrado na semana passada. Conforme o delegado, os pais disseram que a família ganhou o achocolatado de um vizinho e que a embalagem estava fechada. A mãe ainda declarou que ela e um tio da criança chegaram a ingerir a bebida e também passaram mal.

O menino foi encaminhado à Policlínica do Coxipó, em Cuiabá, com parada cardiorrespiratória e morreu na unidade.

OUTRO LADO
Por meio de nota, a Itambé informou que foi notificada na sexta-feira (26) sobre o suposto consumo de um produto da linha de achocolatados Itambezinho, de 200 ml. "O referido produto está no mercado há mais de uma década e nunca apresentou qualquer problema correlato. Até o presente momento, não tivemos nenhuma outra reclamação do mesmo lote", diz a empresa.

A Itambé disse ainda que faz regularmente provas internas e em laboratórios externos de seus produtos e que, inclusive, já disponibilizou as contraprovas para os órgãos oficiais e que se colocou à disposição para os esclarecimentos necessários.

O CASO
Segundo relato da mãe da criança, de 28 anos, o filho tomou o achocolatado, da marca Itambé, por volta das 9h, na casa da família, no Bairro Parque Cuiabá, na capital, passando mal minutos depois. A empresa Itambé afirmou que foi notificada nesta sexta-feira (26) e que manteve contato com a Vigilância Sanitária e que se colocou à disposição para ajudar na investigação dos fatos.

De acordo com o relato da mãe à polícia, a criança já estava com resfriado há dois dias, mas não apresentava sintoma algum, além de coriza. Porém, após ingerir a bebida, o filho teria ficado com “falta de ar, corpo mole e princípio de desmaio”, morrendo uma hora depois, na policlínica.

Conforme a mãe, na Policlínica do Coxipó, os médicos chegaram a tentar reanimar a criança por cerca de uma hora. A mãe afirmou, ainda, que, tanto ela quanto um tio da criança, beberam um pouco do achocolatado e também passaram mal. Ela relatou ter sentido náuseas e tontura. O tio foi encaminhado para o Pronto-Socorro de Cuiabá.

Após a ocorrência, a polícia apreendeu cinco caixas do achocolatado na residência da família, sendo três fechadas e duas abertas. Uma das caixas já estava vazia, segundo a polícia, por ter sido a bebida ingerida pela vítima. Segundo a mãe, o achocolatado foi dado a ela por um vizinho, que ainda não foi localizado pela polícia para dar mais informações.

Segundo a polícia, o material apreendido foi encaminhado para o Laboratório Forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e deve passar por análise. As amostras colhidas do estômago da criança durante o exame de necropsia também serão avaliadas pelos peritos.

Fonte: G1

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