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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Sampaio Corrêa: “A exceção que volta a ser regra no Maranhão”


Quem me conhece e me acompanha no rádio e tevê, deve lembrar que por diversas vezes, disse que essa vaga da Série B, ora ostentada pelo Sampaio Corrêa, era o diferencial do futebol maranhense, em relação a outras unidades da federação, como: Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, para citar o Nordeste, e quase todos os estados do Norte, a exceção do Pará, que tem o Paysandú disputando a competição.

Sem dúvida alguma era um divisor de águas, e para quem não lembra, foi conquistada no braço, na raça, mas também na técnica pelo Tricolor (de 2012 a 2013), que sofreu muito, diga-se de passagem, desbravando esse “Brasilzão”. Após doze anos, o nosso futebol, voltou à ‘vitrine’ no País do Pentacampeão, na tela do Sportv, Espn, Globo, Record, Bandeirantes, enfim, o Brasil e o mundo passaram a vê o Maranhão como pródigo também no esporte bretão.

E essa divulgação, trazia a reboque os destaques positivos na nossa cultura, culinária, belezas naturais, a receptividade e mais educada, pacífica e ordeira a maneira de encher o estádio sem a repugnante prática da violência, muito comum, em todas as outras praças esportivas do Brasil. Aqui mostramos, esse belo exemplo de civilidade e tolerância.

Essa vaga na segunda mais importante divisão do futebol nacional, não é e nunca foi, somente do próprio Sampaio Corrêa ou de seu presidente, Sérgio Frota, muito mais que isso, gente… Era nossa, daqueles que verdadeiramente, amam o futebol Gonçalvino, e que sonham um dia, em vê o Moto, Sampaio, Maranhão, Imperatriz, seja lá quem for, na elite dessa modalidade.

Vejo muito se falar nas causas da queda, falta de um planejamento? caiu porque não manteve a tal base? respeito muito à todos, mas alguns precisam aprender a analisar causa e efeito das decisões…

Primeiro: é um erro dizer que não teve planejamento, teve sim, só que foi totalmente errado, a partir do momento em que se confiou num ‘transvestido’ gerente de futebol, chamado Zé Renato, foi ele quem começou a montagem do time com jogadores dos E.U.A, um tal de Choco (lateral) que veio do exterior, e outros que não acrescentaram nada à Bolívia; depois eu não vou, como jornalista, obrigar nenhuma diretoria a manter um grupo de jogadores, se o mandatário do clube, diz que não tem como bancar alguns jogadores que tiveram propostas bem maiores para deixar o time, agora sem dúvida, se alguns pudessem ter ficado com certeza não cairia, mas isso é outra história.

Segundo: a falta de paciência em relação ao trabalho do técnico Marcelo Chamusca e a precipitada demissão do profissional, após duras críticas da torcida, essa é passional sempre, e nossa da imprensa, que às vezes precisamos fazer um espécie de mea-culpa, porque também pedimos a saída dele, e isso foi precipitado demais. Tanto é verdade, que Chamusca brilhou no falido Guarani, subindo para a Série B, em 2017, digo isso, porque até o estádio Brinco de Ouro da Princesa, foi leiloado por astronômicas dividas.

Terceiro: o maior erro cometido, e que levou o Sampaio Corrêa a um desequilíbrio gigantesco, foi a contratação do técnico Petkovic, o sérvio se tornou uma bomba, e depois ainda saiu falando mal do clube. O prejuízo com o PET não tem mensuração melhor, do que dizer: foi uma desgraça para o futebol maranhense!

Esses foram os erros cometidos pelo Sampaio, e quem responde por eles, não poderia ser outro, senão o presidente Sérgio Frota, que já reconheceu ao titular do Blog, os mesmos. No entanto, não há mais tempo para ficar lamentando não, tem que sacudir a poeira e dá a volta por cima.

A Série C não é o fim do mundo não, muito pelo contrário, a competição de 2017 é bem mais estruturada do que a de 1997, quando o Sampaio ganhou-a invicto, e também superior a de 2013, quando o Tricolor sob a batuta de Frota conquistou o vice-campeonato diante do Santa Cruz. E na próxima edição, terá o Moto, Remo, Fortaleza, Asa, Macaé, Botafogo/PB, dentre outras grandes equipes da região, fortíssimas!

O que tem de ruim: na Série B, o Sampaio tinha um aporte financeiro de R$ 4 milhões, na terceira divisão, absolutamente nada, então, essa folha que chegou a 600 ou 700 mil, tem que ser diminuída racionalmente para menos da metade, pois do contrário será inviável.

Gostaria de finalizar, esse artigo dizendo o seguinte, os grande também caem, e já vimos acontecer com: Corinthians, Botafogo, Palmeiras, Grêmio etc. Clubes que são verdadeiras potências do futebol brasileiro, e eles souberam se levantar, nem por isso deixaram de ser grandes, em alguns casos, até se tornaram maiores potências, refiro-me ao timão. Por quê não acreditar e alimentar a esperança, de cair e se levantar de novo?

É bom lembrar que os feitos conquistados pelo Sampaio de 2012 pra cá, fizeram o clube se tornar uma exceção no futebol maranhense, pois se analisarmos a estrutura do nosso futebol, vamos chegar a conclusão que está numa Série B é quase surreal, para não alongar o texto, observem a situação dos outros clubes, em que situação financeira e técnica se encontram? O Moto brilhantemente conseguiu o acesso, e hoje, está sem presidente com a renúncia de Hans Nina.

Com o rebaixamento, o Tricolor volta a fazer parte da regra, lamentavelmente, aqui não conseguimos realizar se quer um campeonato de acesso à Série A, houve um seletivo entre Americano e Pinheiro, por falta de regularidade fiscal das outras equipes; passamos o ano de 2016 todo, só com um estádio funcionado, o Castelão, isso em toda região Metropolitana de São Luís, pois o Nhozinho Santos ficou fechado e o Moropóia, em Ribamar, inacabado;

Enfim, falta uma melhor estrutura, participação da iniciativa privada com patrocínios, apoio maior do Poder Público, e um trabalho de marketing da FMF, que infelizmente, não tem um departamento especializado até hoje.

Ao presidente do Sampaio, Sergio Frota, resta aprender com os erros de 2016, e buscar a fórmula, guardada nos anais do próprio clube, dos anos espetaculares de 2012 e 2013, quando o Bolivão conquistou a Série D e o vice da Série C, respectivamente.


Vamos recomeçar, mas, fazendo tudo diferente em 2017…

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