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sexta-feira, 2 de março de 2018

MARANHÃO: Ações da DPE/MA em todo o estado do Maranhão

Defensoria Pública se reúne com comunidades tradicionais na região de Grajaú


O Núcleo de Direitos Humanos (NDH) da Defensoria Pública do Estado de Maranhão participou do III Encontro dos Camponeses do Cerrado, realizado na comunidade Bem Feito, em Formosa da Serra Negra, localizada a 80 km de Grajaú, no último dia 21. Na ocasião, representantes de diversas comunidades tradicionais da região comunicaram ameaças de despejo que estão enfrentando com a chegada de grileiros e solicitaram apoio da DPE.

Segundo o defensor público Jean Carlos Nunes Pereira, titular do Núcleo de Direitos Humanos, foi a primeira vez que a Defensoria Pública esteve presente no território, que enfrenta atualmente uma grave situação de conflito fundiário.



Ainda de acordo com o defensor, a equipe do NDH se deslocou até a comunidade após convite da Comissão Pastoral da Terra. Só foi possível chegar ao local sob escolta policial, enviada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, tendo em vista que foram recebidas informações, por mensagens de áudio, de possíveis emboscadas no caminho até Bem Feito.

Ameaças

Estiveram presentes no encontro, representantes de sete comunidades da região de Formosa da Serra Negra e Grajaú. Na ocasião, os moradores da comunidade Bem Feito informaram ao defensor público que há cerca de um ano e meio estão impedidos de cultivar suas plantações no território onde estão assentados há um século.

Com a chegada de pessoas que se dizem proprietárias dessas terras, apresentando documentos que não são considerados válidos, a comunidade ingressou na Justiça com ação para reintegração de posse, mas a mesma ainda não foi apreciada pelo juiz e permanece aguardando julgamento. “Quanto a essa demanda, encontramos em contato com o juiz e o promotor do caso solicitando agilidade”, informou o defensor.

Representantes das outras comunidades presentes também informaram estar enfrentando situações análogas à da comunidade Bem Feito. Providências serão tomadas pelo NDH após o envio pela CPT da ata da reunião com as reclamações e denúncias realizadas.

Para o defensor Jean Carlos, a participação da Defensoria Pública no encontro representa um grande passo na garantia do direito à terra pelos povos tradicionais no estado. “No NDH temos um campo de trabalho muito firme na questão fundiária no interior do estado, sobretudo onde não há Defensoria instalada. Com a nossa presença em Bem Feito, abrimos uma nova frente de atuação naquela região, reforçando este compromisso”, declarou.

Defensoria Pública garante realização de implante em paciente surdo de Lago da Pedra

A Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA), por meio do Núcleo Regional de Lago da Pedra, obteve decisão judicial determinando o bloqueio de verbas públicas do referido Município e do Estado do Maranhão para garantir a saúde auditiva e realização de implante coclear em um paciente surdo, o dispositivo eletrônico visa proporcionar ao usuário a sensação auditiva próxima à fisiológica.

Ao solicitar apoio da Defensoria, o assistido J.R.A.S. informou que adquiriu meningite bacteriana e teve como sequela “Anacusia Total” - perda total da capacidade auditiva - em ambos os membros auditivos (CID H91.9), acompanhada de zumbido incapacitante e tontura ocasional. De acordo com a recomendação médica apresentada, o assistido deveria ser submetido a uma cirurgia de implante coclear com a maior brevidade possível (CID H90.5).

Diante disso, a Defensoria Pública encaminhou de imediato ofícios ao Município de Lago da Pedra e ao Estado do Maranhão, para tomada de providências. O Município não apresentou retorno ao pedido e o Estado se manifestou de forma negativa.

Não restando outra alternativa para a garantir o direito à saúde e a dignidade humana do paciente assistido, a Defensoria ajuizou Ação de Obrigação de Fazer com pedido de tutela de urgência em face dos entes municipal e estatal.

Decisão

A Justiça, através da 1ª Vara da Comarca de Lago da Pedra, concedeu a liminar pleiteada obrigando ao Município e Estado o fornecimento e custeio do procedimento cirúrgico de implante coclear e seus acessórios, além da marcação e realização de exames e consultas, bem como a manutenção posterior do aparelho auditivo ao requerente, sob pena de multa diária de R$ 5mil.

Apesar da multa, a decisão não foi cumprida pelos requeridos. Por isso, a Defensoria Pública solicitou o bloqueio de verbas públicas de forma solidária em face do Município de Lago da Pedra e do Estado do Maranhão. O pedido foi acolhido pela Justiça.

De acordo com os defensores públicos estaduais Alex Pacheco Magalhães e Rafael Caetano Alves Santos, titulares do núcleo regional, a saúde é direito de todos e dever do Estado, conforme preceitua o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, devendo o acesso ser universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Segundo o defensor Alex Pacheco, a liminar concedida pela Justiça visou garantir a efetividade desse direito fundamental. “Continuaremos sempre lutando para que os preceitos constitucionais da garantia do direito à saúde e da dignidade humana sejam respeitados”, pontuou o defensor Alex Pacheco.

Escola Superior da DPE realiza palestra sobre princípios constitucionais


Os princípios e desvios na aplicação da pena foram tema de palestra realizada na manhã desta sexta-feira (23), no Fórum Desembargador Sarney Costa, por meio da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) em parceria com a Universidade Dom Bosco. A palestra foi proferida por Marcelo Semer, juiz de Direito da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Participaram do evento, juízes, advogados, servidores do fórum e estudantes da área. Na ocasião, o juiz Marcelo Semer compartilhou um pouco de suas experiências em quase 30 anos de atuação e apresentou uma análise crítica da aplicação da sanção penal em face dos princípios constitucionais.

Durante a palestra, Marcelo Semer comentou alguns dos princípios como a individualização, a legalidade, a intervenção mínima e a proporcionalidade bem como o impacto dos mesmos na aplicação das penas no cenário atual no Judiciário.

Segundo o magistrado, os desvios ainda são uma realidade no país. “A sociedade ainda aposta todas as fichas na pena privativa de liberdade, embora a nossa Constituição tenha um perfil mais democrático. Temos uma dificuldade muito grande em aplicar isso, em grande parte, devido a uma cobrança social e da mídia, que defende a pena privativa de liberdade de forma bem ampla, não se dando conta de que, se o preso não for ressocializado, volta para o convívio social, ainda pior, aumentando as chances de reincidência”, ponderou Semer.



Para o defensor público Francisco das Chagas Barbosa da Silva, responsável pela realização do evento, a palestra foi uma grande oportunidade para os operadores do Direito no estado. “Marcelo Semer não é só um juiz, mas um pensador do Direito Penal que tem posturas bastante críticas. Foi fundamental abrir esse espaço para que ele pudesse falar para juízes, servidores, defensores, promotores e acadêmicos, pois é uma pessoa como essa que faz com que o Direito de modo geral se engrandeça e cumpra sua função”, afirmou.

Acordo garante demarcação de vagas de estacionamento para idosos e pessoas com deficiência em SL



Foi homologado, nesta semana, acordo entre a Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) e o Estado do Maranhão, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), em que o ente estatal se comprometeu a apresentar projeto e realizar a demarcação de vagas de estacionamento destinadas a idosos e pessoas com deficiência em vias públicas de São Luís, nas proximidades de monumentos de valor histórico, artístico, turístico, cultural e paisagístico da capital.

O acordo foi resultado de uma Ação Civil Pública, movida pela Defensoria Pública, por meio do Núcleo de Defesa da Pessoa com Deficiência, Pessoa Idosa e Saúde, contra o Município de São Luís e do Estado do Maranhão, ajuizada em julho de 2017. A ACP foi proposta pelos defensores públicos Benito Pereira da Silva Filho e Cosmo Sobral da Silva.

Na última terça-feira, dia 27, foi realizada uma audiência na Vara de Interesses Difusos e Coletivos para tentativa de conciliação. Na ocasião, o Estado se comprometeu a apresentar, no prazo de 120 dias, projeto referente à demarcação e sinalização de vagas privativas.

Também como deliberado no acordo, as vagas deverão ser demarcadas e sinalizadas, especialmente, nas avenidas Litorânea e dos Holandeses, no entorno da Lagoa da Jansen, do Estádio Castelão e do terminal rodoviário da cidade e o projeto deverá ser executado no ano de 2018.

A MOB se comprometeu ainda a dar publicidade em seu site aos locais onde as vagas estão demarcadas e sinalizadas, facilitando assim o acesso ao público-alvo da ação.

Sem acordo - Segundo o defensor público Cosmo Sobral, todos os pedidos realizados contra o Estado foram exitosos na conciliação. Mas, o processo segue contra o Município de São Luís, cobrando acessibilidade na região do Centro Histórico. Uma nova sessão de conciliação foi designada para o dia 2 de maio.

Deverão ser intimados para comparecimento os representantes da Subprefeitura do Centro Histórico de São Luís, da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico e Departamento Estadual de Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico. A Superintendência do Iphan no Maranhão já se comprometeu a participar da próxima audiência.

Socorro Boaes
Assessoria de Comunicação


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