As taxas de juros do crédito imobiliário com
recurso de poupança da Caixa vão ficar mais baratas a partir de amanhã. O banco
anunciou nesta terça-feira, 8, que reduzirá em 0,25 ponto porcentual ao ano
todas as taxas para pessoas físicas que financiarem imóveis novos ou usados
enquadrados no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE),
independentemente do relacionamento com a instituição.
Neste ano, a Caixa aumentou os juros do crédito
imobiliário em março, depois de ter feito três reajustes em 2015. A redução
desta terça deve ser seguida pelos demais bancos, já que a Caixa, principal
fornecedor de imóveis do País (com quase 67% de participação no mercado
imobiliário), serve de piso para os concorrentes.
Em nota, a Caixa diz que o corte é reflexo da
diminuição da taxa básica de juros (Selic), que foi reduzida para 14% ao ano
pelo Banco Central, em outubro. “O objetivo é contribuir para alavancagem de
vendas de imóveis novos de construtoras parceiras e, consequentemente, atrair
novos clientes para a instituição, com condições especiais no crédito
imobiliário”, informou o banco.
A Caixa reservou R$ 93 bilhões para o crédito
habitacional em 2016, dos quais R$ 66,2 bilhões foram aplicados. A expectativa
do banco é aplicar R$ 26,8 bilhões até o fim do ano.
Sob o comando de Gilberto Occhi, que assumiu no
governo Michel Temer, a Caixa adotou uma série de medidas para incentivar o
setor da construção. Para as famílias, o banco dobrou o limite de financiamento
dos imóveis de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões, e aumentou o porcentual que
pode ser financiado. Ás construtoras, destinou R$ 10 bilhões ao reabrir uma
linha específica e passou a permitir que as operações sejam fechadas com 80% de
execução das obras. Também reformou a linha Construcard, que financia materiais
de construção.
As novas taxas variam conforme o grau de
relacionamento do cliente com a Caixa. Para clientes que não são correntistas
do banco, a taxa pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), por exemplo, cairá
de 12,5% ao ano para 12,25%. No caso de servidor que recebe salário pela Caixa,
a taxa será reduzida para 10,75%, ante 11% ao ano.
Para os financiamentos enquadrados no Sistema
Financeiro de Habitação (SFH), a taxa balcão para quem não tem relacionamento
com o banco cairá de 11,22% para 11%. Os juros dos servidores públicos que
recebem na Caixa serão de 9,7%, ante 10% ao ano.
Para clientes que adquirirem imóveis novos ou
na planta, cuja construção tenha sido financiada pela Caixa, e fizerem a opção
de receber o salário pelo banco, serão cobradas taxas iguais às oferecidas aos
servidores públicos. As taxas de juros passarão de 11,22% ao ano para 9,75% ao
ano, para os imóveis no SFH, de 12,5% ao ano para 10,75% ao ano, para imóveis
enquadrados no SFI.
O limite do SFH para imóvel residencial é R$
650 mil, para todo país, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e
Distrito Federal, onde é de R$ 750 mil. Os imóveis residenciais acima dos
limites do SFH são enquadrados no SFI.
Além da redução de juros, a Caixa diminuiu o
limite mínimo de financiamento com recursos da poupança de R$ 100 mil para R$
80 mil. O novo piso vale tanto para imóveis novos como usados, dentro do SFH ou
SFI.
Para as empresas, a Caixa reduzirá a taxa de
juros em 1 ponto porcentual ao ano, em todas as faixas de relacionamento. As
taxas para micro e pequenas empresas (MPE) cairão de 14% para 13%, e para
médias e grandes, de 13,5% para 12,5%. De acordo com o relacionamento da
empresa com o banco, a redução dos juros pode chegar a 1,5% ao ano.
Para imóveis enquadrados no SFI, o banco
modificou a remuneração do Correspondente CAIXA Aqui (exceto repasses),
padronizando em 1% o valor do financiamento, com limite de R$ 2 mil nas
operações do FGTS e sem limite para o SBPE.
A Caixa ainda realizou uma série de ajustes
para empresa que pretendem financiar a construção de empreendimentos pelo banco
(Apoio à Produção), dentro do SBPE. O prazo do produto foi elevado para 36
meses, com carência de um ano pós-obra e possibilidade de acréscimo de 25%
sobre a obra a executar.
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