Quem me conhece e me acompanha no rádio e tevê,
deve lembrar que por diversas vezes, disse que essa vaga da Série B, ora
ostentada pelo Sampaio Corrêa, era o diferencial do futebol maranhense, em
relação a outras unidades da federação, como: Piauí, Sergipe, Rio Grande do
Norte, para citar o Nordeste, e quase todos os estados do Norte, a exceção do
Pará, que tem o Paysandú disputando a competição.
Sem dúvida alguma era um divisor de águas, e
para quem não lembra, foi conquistada no braço, na raça, mas também na técnica
pelo Tricolor (de 2012 a 2013), que sofreu muito, diga-se de passagem,
desbravando esse “Brasilzão”. Após doze anos, o nosso futebol, voltou à
‘vitrine’ no País do Pentacampeão, na tela do Sportv, Espn, Globo, Record,
Bandeirantes, enfim, o Brasil e o mundo passaram a vê o Maranhão como pródigo
também no esporte bretão.
E essa divulgação, trazia a reboque os
destaques positivos na nossa cultura, culinária, belezas naturais, a
receptividade e mais educada, pacífica e ordeira a maneira de encher o estádio
sem a repugnante prática da violência, muito comum, em todas as outras praças
esportivas do Brasil. Aqui mostramos, esse belo exemplo de civilidade e
tolerância.
Essa vaga na segunda mais importante divisão do
futebol nacional, não é e nunca foi, somente do próprio Sampaio Corrêa ou de
seu presidente, Sérgio Frota, muito mais que isso, gente… Era nossa, daqueles
que verdadeiramente, amam o futebol Gonçalvino, e que sonham um dia, em vê o
Moto, Sampaio, Maranhão, Imperatriz, seja lá quem for, na elite dessa
modalidade.
Vejo muito se falar nas causas da queda, falta
de um planejamento? caiu porque não manteve a tal base? respeito muito à todos,
mas alguns precisam aprender a analisar causa e efeito das decisões…
Primeiro: é um erro dizer que não teve
planejamento, teve sim, só que foi totalmente errado, a partir do momento em
que se confiou num ‘transvestido’ gerente de futebol, chamado Zé Renato, foi
ele quem começou a montagem do time com jogadores dos E.U.A, um tal de Choco
(lateral) que veio do exterior, e outros que não acrescentaram nada à Bolívia;
depois eu não vou, como jornalista, obrigar nenhuma diretoria a manter um grupo
de jogadores, se o mandatário do clube, diz que não tem como bancar alguns
jogadores que tiveram propostas bem maiores para deixar o time, agora sem
dúvida, se alguns pudessem ter ficado com certeza não cairia, mas isso é outra
história.
Segundo: a falta de paciência em relação ao
trabalho do técnico Marcelo Chamusca e a precipitada demissão do profissional,
após duras críticas da torcida, essa é passional sempre, e nossa da imprensa,
que às vezes precisamos fazer um espécie de mea-culpa, porque também pedimos a
saída dele, e isso foi precipitado demais. Tanto é verdade, que Chamusca
brilhou no falido Guarani, subindo para a Série B, em 2017, digo isso, porque
até o estádio Brinco de Ouro da Princesa, foi leiloado por astronômicas
dividas.
Terceiro: o maior erro cometido, e que levou o
Sampaio Corrêa a um desequilíbrio gigantesco, foi a contratação do técnico
Petkovic, o sérvio se tornou uma bomba, e depois ainda saiu falando mal do
clube. O prejuízo com o PET não tem mensuração melhor, do que dizer: foi uma desgraça
para o futebol maranhense!
Esses foram os erros cometidos pelo Sampaio, e
quem responde por eles, não poderia ser outro, senão o presidente Sérgio Frota,
que já reconheceu ao titular do Blog, os mesmos. No entanto, não há mais tempo
para ficar lamentando não, tem que sacudir a poeira e dá a volta por cima.
A Série C não é o fim do mundo não, muito pelo
contrário, a competição de 2017 é bem mais estruturada do que a de 1997, quando
o Sampaio ganhou-a invicto, e também superior a de 2013, quando o Tricolor sob
a batuta de Frota conquistou o vice-campeonato diante do Santa Cruz. E na
próxima edição, terá o Moto, Remo, Fortaleza, Asa, Macaé, Botafogo/PB, dentre
outras grandes equipes da região, fortíssimas!
O que tem de ruim: na Série B, o Sampaio tinha um
aporte financeiro de R$ 4 milhões, na terceira divisão, absolutamente nada,
então, essa folha que chegou a 600 ou 700 mil, tem que ser diminuída
racionalmente para menos da metade, pois do contrário será inviável.
Gostaria de finalizar, esse artigo dizendo o
seguinte, os grande também caem, e já vimos acontecer com: Corinthians,
Botafogo, Palmeiras, Grêmio etc. Clubes que são verdadeiras potências do
futebol brasileiro, e eles souberam se levantar, nem por isso deixaram de ser
grandes, em alguns casos, até se tornaram maiores potências, refiro-me ao
timão. Por quê não acreditar e alimentar a esperança, de cair e se levantar de
novo?
É bom lembrar que os feitos conquistados pelo
Sampaio de 2012 pra cá, fizeram o clube se tornar uma exceção no futebol maranhense,
pois se analisarmos a estrutura do nosso futebol, vamos chegar a conclusão que
está numa Série B é quase surreal, para não alongar o texto, observem a
situação dos outros clubes, em que situação financeira e técnica se encontram?
O Moto brilhantemente conseguiu o acesso, e hoje, está sem presidente com a
renúncia de Hans Nina.
Com o rebaixamento, o Tricolor volta a fazer
parte da regra, lamentavelmente, aqui não conseguimos realizar se quer um
campeonato de acesso à Série A, houve um seletivo entre Americano e Pinheiro,
por falta de regularidade fiscal das outras equipes; passamos o ano de 2016
todo, só com um estádio funcionado, o Castelão, isso em toda região
Metropolitana de São Luís, pois o Nhozinho Santos ficou fechado e o Moropóia,
em Ribamar, inacabado;
Enfim, falta uma melhor estrutura, participação
da iniciativa privada com patrocínios, apoio maior do Poder Público, e um
trabalho de marketing da FMF, que infelizmente, não tem um departamento
especializado até hoje.
Ao presidente do Sampaio, Sergio Frota, resta
aprender com os erros de 2016, e buscar a fórmula, guardada nos anais do
próprio clube, dos anos espetaculares de 2012 e 2013, quando o Bolivão
conquistou a Série D e o vice da Série C, respectivamente.
Vamos recomeçar, mas, fazendo tudo diferente em
2017…
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