BRASÍLIA - O presidente dos
Correios, Guilherme Campos, disse que a empresa vai reabrir o Plano de Demissão
Voluntária (PDV) para seus funcionários. O programa, aberto entre janeiro e
fevereiro, não atingiu a meta, que era de 8 mil empregados, com previsão de
economia entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão. "Devemos reabrir o programa
ainda no mês de maio", afirmou, após participar de audiência pública.
Segundo Campos, 5,5 mil
trabalhadores aderiram ao PDV, mas boa parte teria desistido. Os números ainda
não foram fechados. As condições serão as mesmas do PDV anterior. Os Correios
têm cerca de 17 mil funcionários elegíveis ao programa, com mais de 55 anos ou
mais de 15 anos de tempo de serviço.
Campos disse ainda que o
Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai mediar uma solução para o Postal Saúde.
O plano de saúde é a principal causa do rombo da empresa que, em 2016, deve
registrar prejuízo de R$ 2 bilhões. O balanço ainda não foi publicado. Em 2015,
o prejuízo foi de R$ 2,1 bi, dos quais R$ 1,6 bi foram causados pelo plano.
De acordo com ele, a proposta
dos Correios é arcar com 100% das despesas com saúde de seus trabalhadores e
aposentados. As despesas com dependentes seriam arcadas pelos empregados, mas,
nos anos em que a empresa registrar lucro, ela contribuiria com 15% desse
gasto.
Hoje, o Postal Saúde tem 400
mil vidas, sendo 110 mil funcionários ativos e 30 mil aposentados. Os restantes
são dependentes, além de pais e mães dos empregados. Os Correios arcam com 93%
das despesas do plano, e os funcionários e aposentados, com 7%. "É
insustentável", disse Campos.
O presidente dos Correios
disse que o plano de recuperação da empresa pode evitar sua privatização. Ele
disse a venda dos Correios só será realizada se as ações não forem suficientes
para socorrer a companhia.
No curto prazo, o objetivo é
cortar despesas e melhorar os serviços para evitar perda de participação do
mercado. No médio prazo, a meta é elevar a presença dos correios no serviço de
entregas.
Entre as ações futuras, Campos
citou a exploração de serviços de logística e loterias, complementares às da
Caixa, na área de esportes. Segundo ele, os brasileiros gastam R$ 2 bilhões por
ano no exterior em sites de apostas esportivas.
Ele destacou ainda que a rede
dos Correios em todo o País poderia ser usada como agência de atendimento dos
governos federal, estaduais e municipais, semelhante ao Poupatempo paulista.
Anne Warth, O Estado de
S.Paulo
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