PROFESSORES DA UNIDADE PRISIONAL DE BACABAL FIZERAM UMA PEQUENA COMEMORAÇÃO “ FESTA
JUNINA” COM OS PRESOS QUE ESTUDAM NO
PROJETO (RESSOCIALIZAÇÃO) EDUCAÇÃO JOVENS E ADULTOS DO GOVERNO ESTADUAL DO MARANHÃO
Diretores,gestores,professores
Na Unidade Prisional de Bacabal, os professores fizeram no
dia 17/06/2016 um pequeno projeto que culminou com um festinha junina com o
intuito de mostrar aos presos a importância
de cultivar a cultura tradicional da
nossa região .
O diretor José de Ribamar Mendes de Souza informou que os
professores vem fazendo um grande trabalho junto ao corpo presidiário daquela
unidade e desde já agradece a URE (Unidade Regional de Educação) em nome da Gestora Regional de Educação: Marilene Silva
Gaioso do Nascimento e Diretora Regional de Educação: Maria de Jesus Carvalho
Macedo aos professores que compõe o quadro de seletivados que ali trabalham e
também lembrou que cultivo de hortaliças
e artesanato é feito por presos do regime semiaberto. Durante períodos de
chuva, a produção é grande e os presos cultivam feijão e milho, além de
hortaliças. O resultado do plantio é fornecido para a cozinha da Unidade
Prisional, para as famílias dos presos, e, também, vai para a comercialização.
Quando há venda, a renda é revertida para os familiares.
Na mesma unidade, 20 presos estão envolvidos em atividades
de escolarização. “A incidência de faltas disciplinares por parte dos presos
que executam alguma atividade, seja ela laboral ou educacional, é quase zero.
Avaliamos de maneira positiva que a ocupação possibilita que o preso execute a
pena de maneira adequada”.
“O comportamento deles melhorou muito. Os presos se sentem
úteis, sabendo que, mesmo encarcerados, têm uma maneira de ajudar no sustento
de suas famílias. Além disso, ocupam seu tempo e têm a diminuição da pena. Eles
ficam mais tranquilos”, disse o diretor.
“Todos ganham, nesse processo. Ganha o preso, pois demonstra
sua capacidade profissional e diminui sua pena; ganha o próprio complexo
penitenciário, pois recebe um novo aspecto estrutural; e ganha o Estado, que
cumpre o seu dever”, lembrou o titular da Sejap.
“O número de pessoas que hoje estuda e trabalha nas unidades
prisionais é o reflexo do trabalho das direções dos presídios e dos servidores,
que entenderam e absorveram como meta aquilo que o Governo do Estado deseja
para o sistema prisional maranhense: que é dar uma nova perspectiva às pessoas
que estão privadas de liberdade”, completou o secretário.
Professores que trabalham na Unidade Prisional de Bacabal
Geane Leitão de Sousa - disciplinas Português e Inglês
Jordanne Castro Gonçalves - disciplina Matemática
Hermano Rodrigues - disciplina Educação Física
Marlene de F. Santos Martins - disciplinas Geografia e Historia
Katia Alencar - disciplinas Espanhol,Ensino Religioso,Filosofia e Artes
Iranice Lira dos Santos - series de alfabetização
O objetivo da ressocialização através da educação nos presídios.
O Sistema Penitenciário Brasileiro não consegue atingir o
seu principal objetivo que é a ressocialização dos seus internos. A
superlotação das prisões, as precárias e insalubres instalações físicas, a
falta de treinamento dos funcionários responsáveis pela reeducação da população
carcerária e própria condição social dos que ali habitam, são sem sombra de
dúvidas, alguns dos principais fatores que contribuem para o fracasso do
sistema penitenciário brasileiro no tocante a recuperação social dos seus
internos.
O Estado quando condena um indivíduo que cometeu um crime
contra a sociedade e por consequência aplica a esse uma pena restritiva da
liberdade, teoricamente, acredita que após o cumprimento da sentença expedida
esse indivíduo estará pronto para voltar, em harmonia, ao convívio social. O
que então se costuma chamar de reeducação social, uma espécie de preparação
temporária pela qual precisa passar todo criminoso condenado pela justiça.
No entanto, essa “reeducação” que objetiva o Estado na
prática não existe. Primeiro porque o que tem sido a principal preocupação do
sistema penitenciário ao receber um indivíduo condenado não é sua reeducação,
mas sim com a privação de sua liberdade. Isso é fácil de ser constatado na
medida em que analisamos as estruturas da maioria das penitenciárias
brasileiras, formadas por excesso de grades, muros enormes e um forte efetivo
policial, tudo isso com um único objetivo, evitar a fuga.
Enquanto isso a reincidência criminal cresce a cada dia, e
na maioria das vezes constata-se que o indivíduo que deixa o cárcere após o
cumprimento de sua pena, volta a cometer crimes piores do que anterior, como se
a prisão o tivesse tornado ainda mais nocivo ao convívio social.
Partindo dessas considerações é possível constatar que a
privação da liberdade única exclusivamente não favorece a ressocialização. Desta
forma é preciso que seja feito algo no sentido, senão, de resolver, ao menos,
de minimizar ao máximo esse equívoco. Para isso se faz necessário o
desenvolvimento de programas educacionais dentro do sistema penitenciário
voltados para Educação básica de Jovens e Adultos que visem alfabetizar e,
sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do apenado. Conforme o
sociólogo Fernando Salla (in: Educação, 1999, p. 67) “ [...] por mais que a
prisão seja incapaz de ressocializar, um grande número de detentos deixa o
sistema penitenciário e abandona a marginalidade porque teve a oportunidade de
estudar”.
Dessa forma um outro aspecto relevante a ser aqui
considerado é o perfil da população penitenciária no Brasil, que segundo os
dados fornecidos pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da
Justiça, a maior parte da massa carcerária deste país é composta por jovens com
menos de trinta anos e de baixa escolaridade (97% são analfabetos ou
semi-analfabetos). O restante, quase que na totalidade, são pessoas que não
tiveram condições de concluir os estudos por razões variadas inclusive por
terem sido iniciadas no crime ainda cedo.
Diante desse quadro podemos afirmar que a criminalidade
estar intimamente ligada à baixa escolaridade e ambas a questão econômica e
social. De modo que precisam ser desenvolvidos dentro das prisões projetos
educacionais que trabalhe para a conscientização dos educandos, fazendo-os o
perceber a realidade e conseqüentemente seu lugar na história. Pois um
indivíduo que nasceu na miséria e por conseqüência não teve acesso a uma
educação satisfatória ou a de nenhum tipo, não pode agir com discernimento em
seus atos.
Uma educação dentro do sistema penitenciário deve trabalhar
com conceitos fundamentais, como família, amor, dignidade, liberdade, vida,
morte, cidadania, governo, eleição, miséria, comunidade, dentre outros. Nesse
aspecto, Gadotti (in: Educação, 1999, p. 62) salienta a necessidade de
trabalhar no reeducando “[...] o ato antissocial e as conseqüências desse ato,
os transtornos legais, as perdas pessoais e o estigma social.” Em outras
palavras, desenvolver nos educandos a capacidade de reflexão, fazendo-os
compreender a realidade para que de posse dessa compreensão possam então
desejar sua transformação. Assim como saliente o artigo... “[...] uma educação
voltada para a autonomia intelectual dos alunos, oferecendo condições de
análises e compreensão da realidade prisional, humana e social em que vivem”
O sistema penitenciário necessita de uma educação que se
preocupe prioritariamente em desenvolver a capacidade crítica e criadora do
educando, capaz de alertá-lo para as possibilidades de escolhas e a importância
dessas escolhas para a sua vida e consequentemente a do seu grupo social. Isso
só é possível através de uma ação conscientizadora capaz de instrumentalizar o
educando para que ele firme um compromisso de mudança com sua história no
mundo. Sobre isso, Gadotti (in: Educação, 1999, p. 62) diz que “Educar é
libertar [...] dentro da prisão, a palavra e o diálogo continuam sendo a
principal chave. A única força que move um preso é a liberdade; ela pe a grande
força de pensar”
Em sua análise Paulo Freire (1980, p. 26) afirma que:
A conscientização é[...]um teste de realidade. Quanto mais
conscientização, mais “dês-vela” a realidade, mais se penetra na essência
fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analisá-lo. Por esta
mesma razão, a conscientização não consiste em “estar frente à realidade”
assumindo uma posição falsamente intelectual. A conscientização não pode
existir fora da “práxis”, ou melhor, sem o ato ação-reflexão. Esta unidade
dialética constituí, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo
que caracteriza os homens.
A conscientização trabalha a favor da desmistificação de uma
realidade e é a partir dela que uma educação dentro do sistema penitenciário
vai dar o passo mais importante para uma verdadeira ressocialização de seus
educandos, na medida em que conseguir superar a falsa premissa de que, “uma vez
bandido, sempre bandido”.
“A cidadania jamais será doação do Estado, pois é
essencialmente uma conquista dos excluídos, através do exercício político, de
lutas”.
(Éster Buffa, Miguel Arroyo, Paolo Nosella)
O Governo do Maranhão tem investido progressivamente em
programas de escolarização de detentos. Hoje, em todo o estado, são 672
internos em salas de aula, segundo a Secretaria de Estado de Administração
Penitenciária (Sejap). Esse quantitativo equivale a 10,69% da população
carcerária maranhense, mas a estimativa é de que nos próximos dois meses sejam
incluídos mais 170 internos em ações de educação profissional.
Profissionalização e remissão
Além das ações educacionais, o Governo do Estado tem buscado
a capacitação dos detentos em cursos profissionalizantes. A estimativa é de que
nos próximos dois meses 170 internos sejam inseridos no Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que, em parceria com o Senai e
Senac, ofertará cursos como os de instalador hidráulico residencial, padeiro e
horticultor orgânico.
Segundo a Lei nº 12.433/2011, o condenado, para conseguir
remir um dia de pena, tem que desenvolver atividade de estudo pelo período de
12 horas. No entanto, essa carga-horária não poderá ser de 12 horas
consecutivas, mas divididas em pelo menos três dias. A Sejap, a propósito, tem
dialogado constantemente com o Poder Judiciário no intuito de propor mais incentivos
para a inclusão de presos nos estudos. (Governo do Maranhão)
A própria sociedade ainda precisa ser convencida de que a
humanização do tratamento dado aos presos não é um luxo. Os maus-tratos e a
situação de penúria dos presídios acabam funcionando ao contrário: conforme
dados de 2003 do Ministério da Justiça, 80% dos que ganham a liberdade voltam
ao crime. Sobre isso, basta dizer que talvez não exista punição maior do que a
privação da liberdade de ir e vir.
Além da já conhecida precariedade das instalações e do
tratamento desumano, os desafios educacionais do sistema penitenciário são
enormes: do total de presos no Brasil (cerca de 350 mil), aproximadamente 10%
possuem baixo grau de alfabetismo (o domínio e uso da leitura e da escrita e
conhecimentos matemáticos) e algo em torno de 70% não concluíram o ensino
fundamental.
Detentos de todo o Maranhão continuam participando de
iniciativas de ressocialização adotadas pelo governo Flávio Dino, por meio da
Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Sejap), em projetos de
humanização de execução penal. Internos de Unidades Prisionais já estão
trabalhando com artesanato e o cultivo de hortaliças, e há também dedicação aos
estudos, em presídios do interior, tudo com suporte das Supervisões de Trabalho
e Renda, e de Educação da pasta.
Essa é uma iniciativa que deveria ser expandida para todo o Brasil, só dessa forma, de fato, o apenado poderia voltar ao convívio da siciedade resocializado e não marginalizado ou discriminado por ter sido um encarcerado ou detento.
ResponderExcluirEssa é uma iniciativa que deveria ser expandida para todo o Brasil, só dessa forma, de fato, o apenado poderia voltar ao convívio da siciedade resocializado e não marginalizado ou discriminado por ter sido um encarcerado ou detento.
ResponderExcluirEsse é nosso governador fazendo a diferença. ..
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