Em boa parte do mundo, o
problema do lixo se transformou em solução energética. A produção de energia a partir do lixo já
começa a ganhar escala no Brasil. É o que se chama de biogás, a parte orgânica
do lixo, que é aquela composta principalmente de restos de comida, podas de árvore
ou qualquer resíduo de origem animal ou vegetal, leva aproximadamente seis
meses para se decompor e virar gás metano, um gás de efeito estufa, de fácil
combustão.
Segundo a Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), a produção de energia elétrica no Brasil a partir do
biogás, em 2017, foi 14% superior à geração comparada ao mesmo período do ano
anterior, uma geração de 1.065,5 MWh/ano por ano. Considerando a média per
capita de consumo de energia em 2016, que foi de 2,266 MWh por habitante, a
atual capacidade instalada de biogás poderia alimentar uma cidade de quase 470
mil pessoas, conforme os cálculos da Associação Brasileira de Biogás e
Biometano. Apesar do significativo avanço do setor nos últimos anos, essa é só
uma mínima parte da capacidade de produção do Brasil e equivale a apenas
0,0817% da matriz elétrica brasileira, de acordo com a ANEEL.
São Paulo, Paraná e Minas
Gerais são exemplos de estados que já aderiram ao sistema. Agora é a vez do
Maranhão. O Governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), deu início às tratativas e o
planejamento já está em andamento com a empresa Enc Energy, por meio do Projeto
Valorgás, e a empresa Titara, que é gestora da Central de Gerenciamento
Ambiental Titara S/A, localizada no município de Rosário/MA, para onde são
destinados os resíduos de quase todos os municípios da Região Metropolitana da
Grande São Luís, especialmente da capital, São Luís. “Temos o maior interesse
em trazer esse investimento para o Estado, é energia limpa, um benefício, que
além de tudo, minimizará os impactos ambientais causados pelo lixo”, disse o
Secretário de Estado de Meio Ambiente, Marcelo Coelho.
Ele, ainda, completou: “Tanto
o lixo urbano quanto os resíduos agrícolas têm potencial para turbinar a matriz
energética brasileira. Para um país que tem fome de energia, não dá mais para
abrir mão do que ainda insistimos em chamar de lixo”.
A usina gerará, inicialmente,
2 MWh de energia elétrica, o suficiente para abastecer cerca de duas mil
residências populares, conforme a Enc Energy. Mas, ideia é chegar até 5
MWh.
“A produção do biogás desponta
como uma fonte alternativa de energia e também como uma solução para vários
aspectos econômicos, sociais e ambientais. Ambientalmente falando, com a
produção do biogás por meio do reaproveitamento, deixa-se de contaminar o solo,
lençóis freáticos, rios, açudes e o solo. Além disso, evita-se lançar na
atmosfera gases de efeito estufa, como o metano e dióxido de carbono produzidos
pela decomposição dos dejetos. Esses gases provocam a elevação da temperatura
do planeta”, finalizou o gestor.
Vantagens
São várias as vantagens:
redução dos custos de exploração; criação de fontes de receita adicional;
cumprimentos de obrigações ambientais; redução de contaminação de efluentes;
tratamentos de efluentes contaminados; redução de emissões de GEE; biogás como
combustível renovável.
Paula Lima
Assessora de Comunicação da
SEMA
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