A convite do governo federal, a delegação da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados
Americanos (OEA) visita o Brasil de hoje (5) até o próximo dia 12, para
observar áreas urbanas e rurais em oito
estados. Antes, porém, o grupo tem uma série de reuniões, em Brasília, com
autoridades de vários setores.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes Ferreira, recebe os integrantes da comissão no Itamaraty. Há ainda
conversas com especialistas na Procuradoria-Geral da República, Defensoria
Pública da União, Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e Supremo Tribunal
Federal. O último compromisso será no Conselho Nacional dos Direitos Humanos.
Até o dia 12, os representantes da comissão
irão ainda a Minas Gerais, ao Maranhão, a Roraima, ao Pará, a Mato Grosso do
Sul, à Bahia, a São Paulo e ao Rio de Janeiro. Eles vão se reunir com
integrantes de entidades de defesa dos direitos humanos e também dos governos
federal, estadual e municipal.
A delegação é chefiada pela presidente da
comissão, Margarette May Macaulay. Também fazem parte do grupo a primeira
vice-presidente, Esmeralda Arosemena de Troitiño, o segundo vice-presidente,
Luis Ernesto Vargas Silva, os comissários Francisco José Eguiguren Praeli, Joel
Hernández García e Antonia Urrejola Noguera, relatora para o Brasil.
No grupo estão ainda a chefe de gabinete da
comissão, Marisol Blanchard, a secretária executiva adjunta, María Claudia
Pulido, o relator especial para a Liberdade de Expressão, Edison Lanza, a
relatora especial para os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Soledad
García Muñoz, além de especialistas da
Secretaria Executiva da CIDH.
Missão
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da Organização dos Estados Americanos acompanha e analisa todos os temas
relacionados à área nos 35 países-membros. Venezuela, Nicarágua e Brasil
mereceram nos últimos meses atenção especial do grupo.
Os temas
que têm sido mais mencionados são a fuga de imigrantes oriundos da Venezuela,
as dificuldades pelas quais passam e a tensão política e social na Nicarágua em
decorrência dos conflitos contínuos provocados por manifestações contrárias ao
governo do presidente Daniel Ortega.
No caso do Brasil, os assassinatos da vereadora
Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Pedro Andrade em março deste
ano, ainda sem solução foram mencionados em várias ocasiões. Em agosto, a
comissão recomendou a adoção de medidas protetivas à família de Marielle e à
viúva dela, Mônica
Benício.
Na semana passada, o ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann, anunciou que, seguindo orientação da Procuradoria-Geral
da República, o caso Marielle e Anderson passará a ser investigado pela Polícia
Federal. A iniciativa gerou reações entre delegados da Polícia Civil, acusado
de politização do processo.
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