No cumprimento dos mandados de
prisão da Operação Torrentes II, deflagrada nesta quinta-feira (8), foi preso o
pastor evangélico Daniel Pereira da Costa apontado pela Polícia Federal como
lobista responsável por levar o esquema de fraude em licitação no estado de
Pernambuco para o Maranhão. Daniel já havia sido preso na primeira fase da
Operação, mas estava em liberdade por conta de pagamento de fiança.
Ele tinha uma extensa ficha
criminal, incluindo os crimes de assalto a banco e estelionato, pelos quais
chegou a cumprir 10 anos de prisão no Complexo Penitenciário do Curado. Além de
Daniel, foram alvos de mandado de prisão preventiva Eles são suspeitos de
integrar um esquema de corrupção junto com o Corpo de Bombeiros do Maranhão em
operações contra uma forte seca que atingiu o Estado entre 2013 e 2014.
Entre os envolvidos estão o
ex-Secretário do Gabinete Militar, coronel Carlos Alberto de Souza Lima – conhecido
como coronel Betão –, e o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, João Vanderley
Costa Pereira.
Os contratos tinham como
objeto a compra de cestas básicas e 160 mil ltros de água de polipropileno. A
PF acredita que o prejuízo causado aos cofres do Maranhão seja de pelo menos R$
8 milhões em contratos que totalizam R$ 10 milhões.
Eles teriam praticado de
sobrepreço de 30% acima do valor de mercado e inexecução dos contratos. Os
indícios de fraude foram encontrados no desdobramento da Operação Torrentes I,
que investiga suposto desvio de verba pública e fraude em licitação envolvendo
agentes da Secretaria da Casa Militar do governo de Pernambuco.
Uma das empresas vencedoras da
licitação de fornecimento de material para o auxílio dos municípios da Mata Sul
atingidos pelas cheias em 2010 e 2017 em Pernambuco, JFW Empresarial, também
foi contratada no estado do Maranhão, dessa vez para minimizar os efeitos da
seca no estado entre 2013 e 2014.
Constava nos contratos o
fornecimento de cestas básicas 160 mil litros de água. Um dispositivo permite que outros órgãos
possam aderir à contratos de empresas que venceram procedimentos licitatórios
com o poder público.
Por isso, o grupo de militares
do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão foi orientado pelo lobista para
aderir ao processo. “Ele fez com que a informação a respeito da ata de registro
de preço do processo licitatório ,que já havia sido vencido aqui pelo grupo
econômico, chegasse ao conhecimento do comando do Corpo de Bombeiro Militar do
estado do Maranhão e culminasse com a adesão deles a essa ata”, armou o
coordenador da Operação Torrentes II, o delegado Márcio Tenório.
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